UMA PRÉVIA DE COMO FOI A RECUPERAÇÃO DO SETOR
O ano de 2022 se foi marcado por muitas expectativas após dois anos de estagnação econômica imposta pela Pandemia da Covid-19 que perdeu força com a chegada das vacinas em todo o mundo. A economia, atingida fortemente, se tornou o foco de todos os especialistas nesse ano que se foi para avaliar os mercados em geral. E o mercado editorial não ficou de fora dessas expectativas. Segundo dados levantados pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros em parceria com o Instituto de pesquisa Nielsen Bookscan Brasil constatou que nos primeiros sete meses de 2022, que compreendem Janeira a Julho, a venda de livros apresentou bons resultados, sendo o mês de julho o segundo melhor mês em vendas neste período. No total dos meses levantados, foram comercializados cerca de 4,8 milhões de livros com um faturamento do setor em 191 milhões de reais. No acumulado, 2022 nesse período, teve uma ligeira alta se comparado ao mesmo período de 2021, sendo 5,41% nas vendas e 9,21 % no faturamento. Para dar uma clareza sobre esse cenário, seguem mais pesquisas sobre o comportamento do mercado livreiro nesse ano que se encerrou.
No período compreendido até o mês de outubro início de novembro em comparação ao mesmo período de 2021, o ano de 2022 apresentou uma variação positiva no Faturamento e Volume. Observou-se uma forte variação durante toda essa etapa de 2022 em comparação a 2021 quando o primeiro mês de 2022 começou com uma taxa alta na variação do volume na casa dos 22,43 %, caindo nos dois meses seguintes, atingindo índices negativos em referência a 2021 por quatro meses consecutivos, voltando a se recuperar positivamente no oitavo mês, mas voltando a registrar queda em seguida até se estabilizar. Pesquisa realizada pela Nielsen BookScan da Nielsen BookData.
O BookScan é um serviço de monitoramento de vendas de livro no mundo e está presente em 11 países: REINO UNIDO, IRLANDA, AUSTRÁLIA, ITÁLIA, ESPANHA, POLÔNIA, NOVA ZELÂNDIA, ÁFRICA DO SUL, ÍNDIA, MÉXICO E BRASIL. Os dados capturados são todas as vendas realizadas dentro de lojas físicas e virtuais. O objetivo do Bookscan é monitorar a venda de livros, sempre procurando a compra real feita pelo consumidor. Os dados são coletados diretamente nas livrarias, e-commerce e varejistas colaboradores. Não são cobertas as vendas das editoras para outros canais, como a venda direta ao consumidor, aos distribuidores atacadistas, ao governo, às bibliotecas etc.
Anualmente, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Câmara Brasileira do Livro (CBL) apresentam uma pesquisa realizada pela Nielsen Book sobre o comportamento do mercado editorial no ano anterior e logo teremos um panorama do que ocorreu em todo o ano que se passou com mais detalhes o que vai nos permitir fazer uma avaliação mais precisa. Em 2021 tivemos os seguintes dados.
COMPORTAMENTO DO MERCADO EDITORIAL EM 2021
PRODUÇÃO E VENDAS DO SETOR EDITORIAL BRASILEIRO. Ano Base – 2021.
PRODUÇÃO
Em 2021 o setor produziu 391 milhões de exemplares, sendo 16% de novos títulos e 84% de reimpressões; 48 mil títulos editados, 76% deles são reimpressões e 24% são novos títulos.
VENDAS
Exemplares: 409 milhões, sendo 191 milhões para o MERCADO e 218 milhões para o GOVERNO.
Faturamento: R$5,8 bilhões, sendo R$3,9 bilhões para o MERCADO e R$1,9 bilhões para o GOVERNO.
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Livrarias; livrarias exclusivamente virtuais; distribuidores; escolas e colégios; site próprio-market place; igrejas e templos; porta-a-porta e catálogo; outros. As livrarias lideraram nas vendas e no faturamento.
CONTEÚDO DIGITAL DO SETOR EDITORIAL BRASILEIRO
O faturamento total com conteúdo digital apresentou crescimento nominal de 23%, quando considerada a inflação do período, o crescimento é de 12%; apesar do aumento registrado, Conteúdo Digital permanece representando 6% do mercado editorial brasileiro; as vendas à la carte representam 69% do faturamento das editoras com Conteúdo Digital; o preço médio da unidade comercializada de e-book apresentou alta de 12%, em termos reais, esse crescimento é de 1,4%. Excluindo o faturamento do subsetor de didáticos e vendas ao governo.
PRODUÇÃO
Acervo de 92 mil títulos, 5% áudio e 95% e-book; ficção 29%, não ficção 32% e CTP 39%. Totalizando um aumento de 14% em relação a 2020.
Foram lançados 11 mil títulos: ficção 32%; não ficção 32% e CTP 36%, sendo 7% áudio e 93% e-book.
VENDAS
À la carte: 9,4 milhões de unidades; ficção 41%, não ficção 39% e CTP 20%, sendo 2% áudio e 98% e-book. Obs. 72% das unidades vendidas de audiolivro pertencem à categoria não ficção.
FATURAMENTO
Total de R$125 milhões, sendo ficção 31%, não ficção 35% e CTP 34%, sendo 1% áudio e 99% e-book. Obs. 66% das unidades vendidas de audiolivro pertencem à categoria não ficção.
Fonte: Nielsen BookData | Conteúdo Digital Ano Base 2021.
A pesquisa foi realizada pela Nielsen Book e coordenada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e Câmara Brasileira do Livro (CBL). Os dados referem-se à produção e às vendas realizadas pelas editoras, tanto para o mercado quanto para o governo e todas as suas clivagens: títulos editados, exemplares produzidos, produção por área temática, exemplares vendidos, faturamento, canais de distribuição etc. Os dados referentes às vendas ao governo são obtidos com as editoras e com o FNDE, órgão do governo federal responsável por efetivar essas compras.
Os dados, apesar de positivos, ainda refletem o efeito da inação no mercado editorial provocado pela paralisação da economia devido à Pandemia em 2020 e 2021. É notório que lentamente está havendo a recuperação das perdas quando o público volta a sair nas ruas com segurança e os empregos são restabelecidos.
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