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Foto do escritorGylsson Lopes

BIENAL DE SP: ESPAÇO DE OPORTUNIDADES DE VENDA E DIVERSÃO PARA TODOS

REALIZADORES COMEMORAM SUCESSO E O RETORNO DESSE GRANDE EVENTO


Depois de muita expectativa e quatro anos de espera, o público paulistano teve a oportunidade de rever sua maior feira de exposição de livros e uma das maiores da América Latina. A Bienal do Livro da Cidade de São Paulo ocorreu de 02 a 10 de julho, ou seja, começou num sábado, transpassou toda semana seguinte e encerrou-se num domingo em grande estilo. Esta 26ª edição, ocorreu no Expo Center Norte, localizado a 850 m de distância da estação Portuguesa-Tietê do metrô onde foram colocados à disposição dos visitantes serviços de táxi, transporte gratuito até o prédio da bienal e um amplo estacionamento com capacidade para mais de 4,200 veículos. Nesta edição considerada histórica por ocorrer no ano em que se comemora os 200 anos da independência do Brasil, o Convidado de Honra foi Portugal com a presença do presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, no segundo dia do evento, essa celebração consolida a união eterna dessa nossa língua mátria, a língua Portuguesa. Além da presença de grandes artistas, escritores nacionais e estrangeiros e um sucesso absoluto de expositores, de vendas e de público.

No novo e imenso pavilhão, o evento foi organizado de forma a atender a todas as necessidades do público em sua diversidade com locais destinados à alimentação devidamente sinalizados para facilitar sua localização, área de guarda-volumes, cadeiras de roda (motorizadas) para pessoas com necessidades especiais, posto médico, centro de Informações, segurança e até cão-guia.

Um pouco de história

A primeira Bienal Internacional do Livro de São Paulo aconteceu entre 15 e 30 de agosto de 1970, no Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, inspirada num projeto iniciado na década de 1950 que tinha como objetivo introduzir no país a tradição europeia das feiras de livros da França, da Alemanha e da Itália, assim em 1951, de forma experimental, a CBL promoveu a primeira Feira Popular do Livro, na praça da República, que se repetiu em 1956 no Viaduto do Chá, área central da capital paulista e local de grande fluxo de pedestres. Em 1961, em parceria com o Museu de Arte de São Paulo, ocorreu a primeira Bienal Internacional do Livro e das Artes Gráficas, se repetindo em 1963 e 1965. Daí resultou para a primeira Bienal Internacional do Livro bancada exclusivamente pela CBL, em 1970. Em 1996, ela passou a ser realizada no Expo Center Norte, para abrigar um maior número de expositores e proporcionar um maior conforto ao público. Em razão do crescimento contínuo de público e expositores, em 2002, ela deixou o Center Norte e foi para o Centro de Exposições Imigrantes (com 45 mil metros quadrados de área), onde foi realizada até 2004. A partir de 2006, a Bienal do Livro de São Paulo passa a ser organizada no Parque Anhembi, junto à Marginal Tietê no bairro de Santana. Neste ano de 2022 retornou ao Expo Center Norte que ganhou mais espaço contanto com 65 mil ² de área.


Festa literária e comemorações

Esse reencontro foi um grande sucesso de público e de vendas. Foram mais de 600 mil visitantes e 3 milhões de livros vendidos. Contou com uma programação multicultural abrangendo literatura, gastronomia, cultura, negócios e muita diversão. Desta forma, todo segmento editorial teve seu espaço garantido na Bienal com as presenças de 300 autores nacionais e 30 internacionais, 182 expositores, 500 atrações e 1300 horas de programação divididas por espaços exclusivos: Arena Cultural, onde os visitantes tiveram a oportunidade de ter contato com autores renomados nacionais e internacionais, em bate-papos e palestras exclusivas; Cozinhando com Palavras, espaço proporcionou aos visitantes contato próximo com palestrantes, chefs, jornalistas e autores ligados ao ramo gastronômico; Espaço Infantil, com programa educativo, narração de histórias, breves oficinas temáticas e atividades de curta duração; Salão de Ideias, com curadoria CBL e Sesc São Paulo, contou com grandes nomes que discutiram questões de relevância social e cultural; a BiblioSesc (Praça da Palavra e Praça de Histórias) com curadoria do Sesc, os espaços foram especialmente pensados para valorizar o livro e incentivar a leitura com espetáculos de música, literatura e contação de histórias; Espaço Cordel e Repente, programação com debates, palestras, shows, contação de histórias e apresentações artísticas relevantes ao tema; Papo de Mercado com a curadoria mediada pelo jornalista Leonardo Neto e a programação realizada em parceria com a International Publishers Association (IPA), Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e Caribe (Cerlalc), PublishNews e LC Agência de Comunicação.

Na área literária, os destaques foram as presenças de grandes autores nacionais como Laurentino Gomes, ganhador do Prêmio Jabuti em 2008 e famoso por seus livros de época da colonização brasileira; Itamar Vieira Jr., autor de Torto Arado, livro premiadíssimo; Ailton Krenak, escritor e líder indígena; Conceição Evaristo, escritora e linguista brasileira; Thalita Rebouças, uma escritora da nova geração voltada para o público adolescente e outros consagrados e conhecidos do grande público como Mário Sérgio Cortella, Miriam Leitão, Mauricio de Sousa e Tom Zé e internacionais como a moçambicana Paulina Chiziane , ganhadora do Prêmio Camões em 2021; a espanhola Elena Armas, atriz e escritora de romances; o norte-americano Nathan Harris , autor de A Doçura da Água que trata de intolerância racial e o português Valter Hugo Mãe, ganhador do Prêmio Saramago e destaque por obras de grande expressão emocional.

Certamente, a Bienal Internacional do Livro foi o evento principal na cidade durante toda semana coincidindo com o início das férias escolares o que explica a maciça presença de famílias durante todos os dias desse encontro literário. Ficará na memória de muitos autores e editores que viram o fruto do trabalho, às vezes, de anos, serem reconhecidos e na memória dos visitantes, que dentre tantas atrações, puderam ficar lado a lado de seus ídolos que só viam em revistas e na televisão, caso do ator Lázaro Ramos, da apresentadora Xuxa Meneghel e do treinador de futebol Abel Ferreira.




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